06 junho 2008

amor, essa palavra horrível

Eu gosto dele. Gosto do cheiro, dos olhos verdes, do beijo (o melhor do mundo). Adoro o fato de ter que ficar na ponta dos pés para beijá-lo (uma sensação muito nova para mim). Ele me toca como ninguém fez antes. Ri fácil. E sabe dançar muito bem.

Mas ele não quer compromisso. A gente namora e não pode falar que é namoro (essa palavra tem o peso de um tabu). A gente ama e não pode dizer que ama (porque esses domínios do amor significam vínculos). Aliás, a gente não discute a relação porque não discute absolutamente nada que possa trazer sequer uma brisa desses assuntos de casal. Eu sinto que qualquer palavra mal interpretada vai levá-lo embora. E assim vou vivendo algo que na maioria das vezes me faz feliz, mas não posso (ou me impedem) de definir.

Aí vão me perguntar: "definir pra quê"? E eu respondo: pra saber o que fazer quanto ao cara inteligente (e lindo) que fica me assediando pela internet, ou sobre a tristeza por não ter sido convidada para a festa de aniversário da mãe dele, ou se posso ter a segurança de pedir pra que ele seja meu acompanhante na ida à endoscopia. Para ter o aconchego de pensar junto, planejar viagens malucas e cinema no fim-de-semana. Ou, ao contrário, tocar a minha vida tranqüila, sabendo que não vai ser no plural. E assim ter a liberdade de continuar a minha procura, independente de toda a beleza e sintonia do que a gente vive agora (não posso chamar de amor, que é uma palavra horrível).

Desabafei. Era isso o que eu precisava dizer.

(por wyborowa)

3 comentários:

popfabi disse...

ai, perdi um grande amor para a ansiedade:
de saber se era casamento
quando, como, porque
quantos, que horas, que dia, que minuto
e os segundos foram passando
me sufoquei nas perguntas,
ele foi embora sem respostas
...
sim, ele era meu namorado, ele fez juras de amor, ele esteve sempre ali. mas um dia, foi embora porque não queria mais ouvir perguntas.
...
se me perguntar, não discuta, não pergunte, não duvide; seja fiel somente com você mesma:
- é amor, é namoro, é o presente!
...

Mack disse...

Teu texto é exatamente igual ao que ouvi de minha irmã no começo do mês. Mas quando ela abusou de não ser a "namorada" e deixou claro que a história era mera "ficação", o cara resolveu namorar de verdade, com termos e condições oficiais.

Mulher sempre quer títulos. Homens querem tempo. Tenta deixar o dele rolar.

P.S.: sou amiga de Maíra e achei teu blog pelo dela. Gostei daqui.

Anônimo disse...

Seja bem-vinda, Mack! O seu blog é muito bacana - aproveitei para linkar aqui. Volte sempre!