29 março 2009

envenenada comigo mesma

não adianta ser magra e bem vestida.
não adianta dançar bem e estar bêbada.
não adianta batom vermelho, se vc não tem coragem de fazer o q realmente quer.
e eu nunca tenho coragem de fazer coisa alguma - além de viver minha vidinha chata de sempre.
estou seca de vontade de conhecer um cara interessante. vontade de fingir ser ser outra pessoa. ou ser eu mesma, de um jeito menos idiota.
mas eu sou desconectada.
quero tudo isso. e continuo agindo como se não quisesse nada.
como se fosse feliz.
reclamando das coisas bobas, sem reclamar do q realmente incomoda.

02 março 2009

Finalmente: sexo e carnaval

Compramos arquibancadas para a Sapucaí, mas minha parceira e eu estávamos desgarradas: Da Gávea para Copacabana, cheias de suor e álcool, achava improvável fugir da rua e correr pro metrô de encontro às outras e aos nossos ingressos.
Essa certeza veio com um olhar de canto de olho.
Eu, de máscara de gatinha (R$2,50), ele de óculos gigantes, sem lentes, só plástico (R$3,50). Sorri e esperei o sorriso de volta. Voltei o rosto para a multidão, a mente embriagada pensando rápido o próximo movimento.
Num susto, ele já está aqui do meu lado. Sorte de fumante, pedi um cigarro.
"Tem pedágio"
"Ah é? Mas eu posso pagar depois?"
"Pode, a hora que você quiser"
Desisti da Sapucaí.
A coversa foi fluida e sóbria. Amor, encontros, romance. E claro, o tema: a vida é pra ser vivida permeou todos os assuntos supracitados. Enfim:
"Por exemplo, a gente podia ter escolhido não ficar aqui conversando e perder a oportunidade de se conhecer mais" - uma baforada
"E quem garante que era pra isso mesmo que a gente tinha que estar aqui nesse pedaço de calçada, né? Pra se encontrar e se conhecer?" - um gole na Skoll quente.
"Então, a gente vai ficar aqui conversando ou você quer ir pra um lugar mais calmo?"
"Eu voto no lugar mais calmo, se meu voto tiver peso..."
Sorrisos.
Aviso.
Caminhamos até o carro, faço perguntas pertinentes - onde, como, quando, por que.
Ele é filho único, carioca morando no Rio, tem um gato de estimação e toca contrabaixo. É. Dá pra confiar. Sem contar que os olhos escuros e os dentes brancos...
Até aí, nenhum beijo, nenhum nada!
Sorrisos.
Parada obrigatória! Carro na esquina de uma rua no Flamengo.
"Eu tenho que te perguntar uma coisa: você quer que eu compre camisinha?"
"Quero"
Um beijo. Intenso, macio, doce, forte.
Motel.
Sexo.
Sono.
André.
Foi bom e não foi. Foi demais e foi pouco. Foi louco e foi super normal.
Foi divertido e entendiante.

De manhã, um beijo seco e "a gente se vê por aí".
Sem trocar telefones e sobrenomes.
Sem trocar sorrisos e promessas.
Foi no sábado de Carnaval.
Andei no sol com a roupa de ontem e o medo de agora
E se eu nunca mais me apaixonar por ninguém?
Ser só assim...
Um encontro de mascarados nus, saudosos de um Carnaval que nunca chegou?

No corpo ficou um alívio e só.
Na alma, ficou o primeiro sorriso, o primeiro olhar, primeiro beijo.
E só.