Cada dia que passa, sexy pra mim é o homem que está presente
Aquele que escuta o que você tá falando
Que olha nos seus olhos
Que enxerga a cor da sua unha
Aquele que percebe que você está cansada
Que se lembra da sua última história engraçada
Sexy é o homem em estado meditativo constante
Em contato com ele próprio
Mas sem se isolar do resto do mundo olhando pro umbigo
O homem que procura estar envolvido
Participante
Atento e ativo
É uma inteligência para o doar
Para o dividir
Para o se entregar sem se dissolver
Sexy é aquele homem
Que é
Somente é
(por erva venenosa)
27 novembro 2008
16 novembro 2008
ânsias
Anseio tanto, tanto
Que o desejo me arrasta
Para uma emboscada
Antes que eu consiga encostá-lo um dedo
Ou sequer mirá-lo nos olhos.
Entrego-me inocentemente
E a agonia da impossibilidade
Embrulha-me o estômago num enjôo doído
De convulsões interiores
Perigos iminentes
Irracionalidades
E lágrimas que se cansaram de cair.
(Além disso,
Tenho um pé que se mexe independente da minha vontade
Até dormindo
A minha insatisfação se manifesta.)
É uma agonia diária
Um desespero sistemático
Uma impaciência que não termina nunca
Um desacordo perpétuo
Um incômodo permanente
Uma sensação de ser inadequada
Que me imobiliza
Me desarma
E me dói.
Eu não sei explicar isso para as outras pessoas.
Parece que falo demais, que reclamo demais, que sou exigente demais, ou mesmo arrogante demais, mas isso vem de uma força maior, cerebral, que apesar de dentro de mim, não consigo controlar sozinha. É impossível, sem me conhecer, que um outro não me ache tranqüila o suficiente para estagnar de bom grado e sem sofrimento algum; acorrentar-me, alegre e solícita, a qualquer pé de mesa de repartição pública, sem mais nada querer além de uma bola de ferro bem pesada que garanta o meu lugarzinho no céu. Meu emprego seguro me lançou um olhar de Medusa e agora estarei ali, petrificada por vinte e cinco anos? Isso me dá ânsias de vômito.
A propósito, o amor também.
Já chego a ter horror dele, o que é bom, porque me ajuda a não me apaixonar mais. Ultimamente, essa fobia de amor me tem sido protetora. É que não sei lidar com ele. Minha ignorância sentimental é infinita. Sou de uma inabilidade a toda prova. E estou certa de ser incompetente para amar quem quer que seja (sem dramas; é a pura constatação da realidade). Não entendo bem o que acontece, qual é o meu defeito fundamental, que não sei me fazer amada – esse é o grande mistério da minha vida! Aliás, permeio uma contradição peculiar: no namoro, quando tento ser boa, pareço ruim, e quando consigo ser ótima, me torno pior ainda. Pelo menos hoje tenho consciência de tudo isso, o que é bom, porque cada nova lapada vem seguida de menos e menos dor. Eu sei que um vai dizer “é assim com todo mundo”. Mas eu já vivi o suficiente para dizer com toda a certeza que “não é não.” Tenho 38 anos e sou completamente só.
As náuseas disparam contra mim.
Escrevi roteiros que nunca vou filmar. Comprei livros que nunca li (será que ainda vou ler?). Gastei dinheiro com roupas que só usei uma vez. Preencho páginas e páginas de documentos do Word que não publico. Tenho tintas, telas, pincéis, lápis, um bom traço, mas não me dedico a pintar. Crio idéias e teses que que não se tornarão um mestrado. O inconformismo esbarra na falta de disposição para tudo e assim... Paro.
Estou com insônia de novo. Acho que a noite vai ser longa. E minhas ânsias, intermináveis.
(por Wyborowa)
Que o desejo me arrasta
Para uma emboscada
Antes que eu consiga encostá-lo um dedo
Ou sequer mirá-lo nos olhos.
Entrego-me inocentemente
E a agonia da impossibilidade
Embrulha-me o estômago num enjôo doído
De convulsões interiores
Perigos iminentes
Irracionalidades
E lágrimas que se cansaram de cair.
(Além disso,
Tenho um pé que se mexe independente da minha vontade
Até dormindo
A minha insatisfação se manifesta.)
É uma agonia diária
Um desespero sistemático
Uma impaciência que não termina nunca
Um desacordo perpétuo
Um incômodo permanente
Uma sensação de ser inadequada
Que me imobiliza
Me desarma
E me dói.
Eu não sei explicar isso para as outras pessoas.
Parece que falo demais, que reclamo demais, que sou exigente demais, ou mesmo arrogante demais, mas isso vem de uma força maior, cerebral, que apesar de dentro de mim, não consigo controlar sozinha. É impossível, sem me conhecer, que um outro não me ache tranqüila o suficiente para estagnar de bom grado e sem sofrimento algum; acorrentar-me, alegre e solícita, a qualquer pé de mesa de repartição pública, sem mais nada querer além de uma bola de ferro bem pesada que garanta o meu lugarzinho no céu. Meu emprego seguro me lançou um olhar de Medusa e agora estarei ali, petrificada por vinte e cinco anos? Isso me dá ânsias de vômito.
A propósito, o amor também.
Já chego a ter horror dele, o que é bom, porque me ajuda a não me apaixonar mais. Ultimamente, essa fobia de amor me tem sido protetora. É que não sei lidar com ele. Minha ignorância sentimental é infinita. Sou de uma inabilidade a toda prova. E estou certa de ser incompetente para amar quem quer que seja (sem dramas; é a pura constatação da realidade). Não entendo bem o que acontece, qual é o meu defeito fundamental, que não sei me fazer amada – esse é o grande mistério da minha vida! Aliás, permeio uma contradição peculiar: no namoro, quando tento ser boa, pareço ruim, e quando consigo ser ótima, me torno pior ainda. Pelo menos hoje tenho consciência de tudo isso, o que é bom, porque cada nova lapada vem seguida de menos e menos dor. Eu sei que um vai dizer “é assim com todo mundo”. Mas eu já vivi o suficiente para dizer com toda a certeza que “não é não.” Tenho 38 anos e sou completamente só.
As náuseas disparam contra mim.
Escrevi roteiros que nunca vou filmar. Comprei livros que nunca li (será que ainda vou ler?). Gastei dinheiro com roupas que só usei uma vez. Preencho páginas e páginas de documentos do Word que não publico. Tenho tintas, telas, pincéis, lápis, um bom traço, mas não me dedico a pintar. Crio idéias e teses que que não se tornarão um mestrado. O inconformismo esbarra na falta de disposição para tudo e assim... Paro.
Estou com insônia de novo. Acho que a noite vai ser longa. E minhas ânsias, intermináveis.
(por Wyborowa)
09 novembro 2008
Órfã
Até das lágrimas sou órfã.
Nunca mais elas vieram me visitar...
Nem agora, nesse silêncio de casa só
Nem ontem, no barulho da festa
Nem nos outros dias da rotina sem sal (e sem doce)
Nem
Nunca mais elas vieram me visitar...
Nem agora, nesse silêncio de casa só
Nem ontem, no barulho da festa
Nem nos outros dias da rotina sem sal (e sem doce)
Nem
02 novembro 2008
separação
eu não sei a data em q casei.
eu não sei a data em q transei pela primeira vez.
eu não sei a data em q me formei.
nem sei a hora exata em q nasci.
mas a data da separação, essa eu nunca vou esquecer.
separação dos planos, das vontades.
imobilidade pra qq coisa.
separação dos sonhos, dos desejos, dos cuidados.
eu não sei a data em q transei pela primeira vez.
eu não sei a data em q me formei.
nem sei a hora exata em q nasci.
mas a data da separação, essa eu nunca vou esquecer.
separação dos planos, das vontades.
imobilidade pra qq coisa.
separação dos sonhos, dos desejos, dos cuidados.
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